Doenças - Parte II

Continuação do Artigo sobre doenças

Leishmaniose

É doença infecto contagiosa que pode ser classificada como zoonose, pelo fato de ser transmissível dos animais ao homem, e vice e versa. O agente causal dessa zoonose, é um protozoário, e como tal microscópico. Tem a forma ovo-arredondada, medindo de 2-4 X 1,5 a 2 micra, e possui além do núcleo um blefaroplasto, porém não possui flagelos. São várias as espécies desse grupo capazes de causar a doença, sendo as mais freqüentemente encontradas as seguintes, assim como os nomes vulgares respectivos para cada uma de suas correspondentes doenças: 

1 - Leishmania donovani (Laveran y Mesnil, 1903): Agente das Leishmanioses viscerais, Calazar Indiano, Leishmaniose Infantil da Área do Mediterrâneo e o Calazar Americano ou Leishmaniose visceral americana.
2 - Leishmania canis (Cardamatis,1911): Leishmaniose visceral dos cães e gatos.
3 - Leishmania infantum (Nicole, 1908): Calazar na área do Mediterrâneo, hoje reconhecidamente idêntico ao Calazar Indiano, de Wright.
4 - Leishmania tropical (Wright, 1903): Agente da Leishmaniose cutânea ou botão do Oriente, Botão de Biskra ou Botão de Aleppo.
5 - Leishmania braziliensis (Vianna, 1911): Determina a Leishmaniose tegumentar americana, ou Leishmaniose cutaneomucosa, Espúndia, Uta, Úlcera de Baurú, etc.

Todas essas espécies de Leishmania já classificadas, têm em comum o fato de necessitarem para se reproduzir e atingirem a forma adulta, passarem por um hospedeiro invertebrado obrigatoriamente um mosquito diptero do gênero Phlebotomo. Tal característica de exigirem mais de um hospedeiro em seu ciclo evolutivo biológico, lhes conferem em Parasitologia a denominação de parasitas heteroxenos.

Os mosquitos do gênero Phlebotomo, hospedeiros intermediários desses parasitas unicelulares causadores dessas doenças, são vulgarmente chamados no Brasil por Biriguís, Mosquito Palha, Mosquito pólvora ou Cangalhinha, por serem de pequeno porte, medindo em torno de 2 a 3 milímetros, portanto menores que um pernilongo comum. Tais mosquitos tem hábitos noturnos, atacando suas vítimas para sugar sangue em geral no entardecer e começo da noite, e dessa picada transmitem para o novo hospedeiro (animal ou o homem), a doença, que assume duas formas distintas:

LEISHMANIOSE CUTÂNEA OU TEGUMENTAR - Essa forma clínica da doença, admite-se ser autóctone do Continente Americano. Os Índios ceramistas, pré-colombianos do Perú, representam em seus vasos numerosos estados patológicos, de modo que o médico e o historiador encontram nesses "huacos " possibilidade de identificação de diversas enfermidades. No Perú é essa doença denominada Uta, assim parecendo não haver dúvida a respeito da existência da Leishmaniose tegumentar entre os habitantes da América Pré-colombiana. No Brasil, já no ano de 1885 foi a mesma observada e identificada ao Botão de Biskra, pelo médico Brasileiro A. Cerqueira. Em 1895, Breda, na Itália, descreveu-a em Italianos que, de S. Paulo, haviam voltado para sua pátria. Em 1908, começaram a afluir à Santa Casa de S. Paulo, numerosos doentes vindos das regiões assoladas pela doença, e como em sua maioria fosse procedentes da região Noroeste (Baurú), ficou a doença conhecida por Úlcera de Baurú. Apenas em 1909, Adolfo Lindeberg noticiou a descoberta do parasita dessa doença, que ele identificou ao agente causal do Botão do Oriente, descoberta posteriormente confirmada pelos cientistas Brasileiros Carini e Paranhos.

LEISHMANIOSE VISCERAL - O cientista Brasileiro Carlos Chagas, descobridor de todo o ciclo da doença que hoje leva seu nome (Doença de Chagas), percorrendo nos anos de 1911 e 1912 o Vale do Rio Amazonas, suspeitou da ocorrência do Calazar, nessa região; Nome esse que também é sinônimo dessa forma clínica da doença Pesquisas de Evandro Chagas, irmão de Carlos Chagas, também cientista, é inclusive criador de um teste de soro-aglutinação para diagnóstico dessa doença, permitindo identificar as diferentes espécies de Leishmanias. Essa forma clínica (Visceral), é aquela freqüentemente encontrada entre os animais sensíveis como o cão ou o gato, além da cobaia utilizada em laboratório.

 

O mosquito hospedeiro intermediário, do gênero Flebótomo ( Phlebotomo), no qual gênero foram já descritos várias espécies (P. Whitmani. P. Pessoai e P.migonei entre outros), ao sugar sangue de um animal (ou do homem) infectado, também de contamina, e em seus intestinos e glândulas salivares esse protozoário se multiplica, sendo então as chamadas formas de leptomonas encontradas no buco-faringe desses mosquitos. Tais mosquitos, ao sugarem sangue posteriormente, pelo fato de por assim dizer injetarem na picada da pele sua saliva, por ser esta anti-coagulante e assim evitar que o sangue da sua vítima se coagule, injetam nesse ato também tais formas infectantes da Leishmania, a qual caindo da circulação sanguínea desse novo hospedeiro (chamado porisso hospedeiro definitivo), vai dessa forma reproduzir a doença, numa das formas clínicas anteriormente citadas.

O período chamado de incubação (período que vai da picada pelo mosquito infectado até o aparecimento dos primeiros sintomas) varia entre 10 e 25 dias, podendo, no entretanto, chegar até um ano. Após esse período aparecem em geral pápulas na pele do animal ou do homem infectado, pápulas essas nada características, porém proriginosas (coçam) determinando sensação de calor e dor. Ocorre também nessa fase adenopatia (inflamação) dos gânglios próximos a picada pelo mosquito. Nessa ocasião, sendo feita punção desses gânglios inflamados, deverão ser encontradas as formas infectantes do protozoário. O gânglio linfático inflamado se necrosa, e assim lesado acaba por vir a furo para evacuar esse material purulento, ficando em seu local uma úlcera, denominada de cancro espúndico.

Nessa forma clínica a doença nessa fase é facilmente diagnosticavel pela exibição de úlceras cutâneas características. Em alguns casos, no entretanto, a doença cutânea assume formas não ulcerosas, chamadas de impetiginoide ou tuberiformes, além de verrugosas e franboesoides, estas últimas assim denominadas pela sua semelhança com a fruta framboesa . O evoluir dessa doença, sem tratamento adequado, leva a lesões graves e deformantes, inclusive com perdas irrecuperáveis muitas vezes do nariz e da epiderme do rosto.

Na sua forma visceral, as lesões sendo internas, principalmente no baço, se traduzem por aumento de volume desse órgão (esplenomegalia), além de febre e dor abdominal. Sua evolução leva também a hepatomegalia (aumento de volume do fígado).

PROFILAXIA DA DOENÇA - A mais eficiente medida de prevenção do mal, ainda é o combate ao mosquito hospedeiro intermediário, impedindo-o de se multiplicar, pela aplicação de inseticidas em seus criatórios . Paralelamente, isolamento dos hospedeiros definitivos enfermos, ou seu tratamento quando possível. Têm os mosquitos hospedeiros intermediários (Flebótomos), uma característica peculiar: Atividade crepuscular e no início da noite, quando tem atividade intensa a procura de suas vítimas para serem sugadas, pois é o sangue seu alimento, ou melhor, apenas as fêmeas desses mosquitos nutrem-se de sangue. Já os machos desses mosquitos por terem vida curta, alimentam-se de frutas silvestres por breve período. Durante a fase do dia, procuram esses mosquitos abrigo ou no interior das residências ou em matas em local protegido dos ventos. São freqüentemente encontrados em tocas de outros animais como tatus , buracos em paredes de construções, ocos de paus ou bambus ou similares. Em matas fechadas, devido a pouca luz em seu interior, podem ser visto mesmo durante o dia, inclusive ativos a procura de possíveis animais ou o próprio homem para ser sugado.

DIAGNÓSTICO - Existe um teste , criado pelo cientista Brasileiro Montenegro no ano de 1926, bastante eficiente. Trata-se de uma intradermorreação, chamada em sua homenagem por Reação de Montenegro, consistindo-se de uma simples reação alérgica, obtida pela inoculação por via intradérmica de uma suspensão de leptomonas às quais foi juntadoo fenol para sua esterilização.

TRATAMENTO - Vários medicamentos quimioterápicos, como o Tártaro Emético, Tartarato de sódio e antimonila, Fuadina, Eparseno (Amino-arseno-fenol), arsenito de sódio, e o glutamato de antimônio sódico, entre outros, foram já utilizados, porém todos determinando paralelamente graves reações secundárias , o que inviabiliza seu tratamento, a não ser em pouquíssimos casos, e nestes obrigando acompanhamento médico direto e permanente.

VACINAÇÃO PREVENTIVA - O médico Brasileiro Samuel Barnsley Pessôa, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de S. Paulo , já falecido, no ano de 1939 empregou com sucesso uma vacina preparada por cultura do protozoário em suspensão fenolada, vacina essa aplicada em três doses. Tal vacina foi aplicada em localidade altamente endêmica, com pleno sucesso. Em animais, no entretanto, ainda não empregada por motivo que desconheço.

CONCLUSÃO - Dada a dificuldade de tratamento eficiente dos animais infectados, assim como reações secundárias graves quando o tratamento é tentado, no estágio atual de nosso conhecimento é prescrito o sacrifício dos animais enfermos, principalmente em se tratando do cão ou do gato, com o fito de assim impedir o contágio humano. Pessoas infectadas com o parasita, devem ser obrigatoriamente isoladas em local apropriado, a fim de ser impedido serem sugadas pelos vetores Flebótomos, interrompendo a cadeia evolutiva do protozoário. Trata-se, no entretanto, de uma doença chamada exótica, felizmente presente em pouquíssimos locais do território Brasileiro. Por essas características, quando diagnosticado um foco da doença, fazem-se necessárias medidas enérgicas para sua erradicação, sob pena de sua disseminação.


 

Dr. Carmello Liberato Thadei - Médico Veterinário - CRMV-SP-0442

 

 

 

Verminoses:

Animal com a barriga abaulada, onde é comum o proprietário achar que seu animalzinho esteja gordinho.
- Olhar triste, que deve ser avaliado por um profissional para diferenciação de outras doenças.
- Animal arrasta o "bumbum no chão".
- Magreza.
- Fezes moles, com sangue.
- Presença de vermes nas fezes, onde é importante a observação do proprietário para relatar ao médico veterinário o tipo de verme encontrado para um bom diagnóstico e tratamento adequado, existem vermes redondos, achatados, e vermes que soltam proglotes parecido com uma semente de pepino ou grão de arroz.

Quanto às especificações sobre vermífugos a serem dados a cães que deles necessitem, recomendo que primeiro seja efetuado Exame de Fezes do animal em questão. Sendo os vermes intestinais que parasitam os intestinos de cães pertencentes a vários grupos (Protozoários, Nematelmintos, Platelmintos, etc. ), e mesmo dentro de um desses grupos existirem vermes, como por exemplo o Ancylostoma caninum , que por ser hematófago (se alimentar de sangue), e não sendo eliminado pelos vermífugos administrados * per ós * (via oral), tornam a necessidade de prévio exame de fezes indispensável. Devido esses fatos, somente sendo efetuado prévio exame parasitológico de fezes, poderá uma prescrição vermífuga ser eficiente. Não é aconselhável simplesmente administrar ao cão, um ou vários vermífugos numa determinada freqüência no tempo. Os medicamentos de ação vermífuga, como todos medicamentos são necessários apenas quando indicados (no caso do animal encontrar-se parasitado), caso contrário além de ser desnecessário poder também ser nocivo, pelo fato de todo medicamento, indistintamente, também ter alguma ação nociva, poderá quando administrado sem ser necessário ao invés de fazer bem ao animal poderá fazer mal, podendo levar o animal que dele não tinha necessidade por não se encontrar parasitado, até a uma intoxicação causada pelo próprio medicamento vermífugo.

Os vermífugos são medicamentos indicados para combater (eliminando) vermes intestinais quando eles existem parasitando um determinado animal. Se o animal não está parasitado por vermes, a administração de vermífugos além de desnecessária pode ser nociva, pois como relatei anteriormente, todo medicamento (inclusive portanto os vermífugos), têm além de sua ação indicada, também ação danosa (tóxica) ao organismo (Uns mais outros menos, porém todos, sem exceção). Assim sendo, medicamentos em geral somente devem ser administrados quando necessário, e não indiscriminadamente. Ministrar um vermífugo, embora alguns deles tenham o que se chama amplo espectro de ação, sem saber se o animal está parasitado e se estando parasitado qual os quais os vermes que se encontram parasitando o animal, parece-me irracional.

A propósito disso vou lhes relatar um fato que se verificou ainda recentemente em minha cidade, com um cão de propriedade de um amigo, que por sinal é médico e renomado em sua especialidade. Muitas vezes perguntei a esse amigo médico, se ele realizava periódicos exames parasitológicos das fezes de seu cão, ao que ele sempre me respondia: Meu cão vive confinado apenas no quintal de minha casa, e não tem acesso a Rua, portanto acho desnecessário exames de suas fezes. Além do fato, de mesmo assim, lhe ministrar periodicamente vermífugos oralmente. Bom! Um certo dia, telefonou-me o mesmo aflito, dizendo: Faça-me o favor de vir até minha casa, porque meu cão está evacuando sangue, e não sei como proceder !!! Atendi esse amigo, e após a necessária coleta das suas fezes de seu cão e subsequente exame parasitológico, o que realizei na própria residência desse amigo, pois o mesmo possui Microscópio ótico em seu lar, concluí: Parasitismo intenso por Ancylostoma caninum.

Esse meu amigo, que como frisei é médico, ficou boquiaberto: Não é possível, pois esse cão não tem acesso a Rua nem convívio com outros cães, onde ele pegou esse parasita? Respondi-lhe: Veja você mesmo no microscópio os ovos do Ancylostoma (característicos, forma ovalada, casca fina, medindo de 40 x 60 micra aproximadamente, apresentando muitos deles 2 a 4 blastômeros (células) em seu interior, e alguns inclusive a larva pré formada em movimento em seu interior. Não teve ele outra alternativa senão acreditar no parasitismo de seu cão, com o agravante, desse parasita poder também contagiar o homem, com um parasitismo errático na pele, causando o que é chamado em medicina de Larva Migrans, ou Já começa (no Rio de Janeiro), ou Coceira das Praias em São Paulo.Um detalhe: A simples administração de vermífugos orais, nesse caso, não eliminam o verme, pelo fato do mesmo sendo hematófago (alimentar-se de sangue), não ingerir o medicamento ministrado oralmente, e assim não vir a morrer e ser eliminado.

Em caso desse parasitismo, a medicação para ser eficiente, necessita ser administrada sob a forma de injeção parenteral, porque o medicamento sendo levado juntamente com o sangue pela circulação é ingerido o remédio pelo verme ao se alimentar de sangue (hematófago), e com ele também ingerindo o medicamento, e assim vir a morrer e ser eliminado. Em casos do parasitismo errático nos próprios cães que os albergam nos intestinos, constituindo então um duplo parasitismo (intestinal e cutâneo), os cães apresentarão além de enterite hemorrágica (evacuam sangue), também forte coceira da pele causada pelas larvas que penetraram na pele e ali se instalaram de forma errática, principalmente nas regiões do ventre e das patas. Observando a pele com uma simples lupa, desses animais com o parasita erraticamente situado, verificar-se-há o trajeto do mesmo sob a epiderme, o que é denominado de Bicho dermográfico, dermatose serpinginosa ou Larva Migrans, o que explica o prurido manifestado pelos mesmos quando nessa forma parasitados.

É essa a principal razão da Legislação existente proibindo acesso de cães às praias, pelo fato de poderem ser os cães disseminadores desse parasitismo errático em banhistas, que venha a deitar-se nas areias que tenha sido contaminadas por fezes de animais portadores desse verme em seus intestinos, e com suas fezes juntamente depositados nas áreas de praias. Na região do Rio de Janeiro é esse parasitismo humano denominado de "Já-Começa" , em São Paulo simplesmente "Coceira das Praias", e no Sul dos Estados Unidos conhecido por "Ground itch "; Em Porto Rico é chamado por "mazamorra ", e os povos de língua inglesa em geral o denominam de: "creeping eruption " . Além da larva do Ancylostoma, também outras larvas de moscas, formigas ou nematoides, também podem determinar idêntica doença errática.

Quanto aos parasitas intestinais que ocorrem com mais freqüência em cães, voltarei ao assunto quando tratar especificamente de Ancylostomas, Toxocaras, e outros parasitas intestinais e viscerais.

Carmello Liberato Thadei
( Médico Veterinário - CRMV-SP-0442 )

 

Giardíase

Tem esse protozoário flagelado, o corpo em forma de uma pêra; arredondado anteriormente, delgado posteriormente, medindo 10 a 30 micra de comprimento por 5 a 15 de largura. Na face ventral encontra-se, de cada lado, um disco em forma de ventosa, quase circular, por meio dos quais o parasita se fixa à superfície das células epiteliais dos intestinos de seus hospedeiros parasitados. Tem ainda esse protozoário, quatro pares de flagelos(caudas), que se acham dispostos simetricamente com origens em blefaroplastos de disposições descritas de maneiras diversas por vários observadores. Tem também dois núcleos esse protozoário e não possui citóstoma. Tais protozoários flagelados multiplicam-se por um processo complicado de divisão longitudinal. A Giárdia se enquista e seus cistos tem a forma ovóide e em indivíduos enquistados, podem-se ver os flagelos movendo-se dentro dos cistos. Tais formas enquistadas são muito comumentemente encontradas nas fezes de indivíduos parasitados. Só quando as fezes se apresentam diarreicas é que esse parasita se apresenta na forma chamada livre(vegetativa). Vistos a fresco(em exame direto ao microscópio ótico) são muito transparentes, necessitando corantes especiais para sua visualização, ou então exame em Campo Escuro(Cardióide) para sua perfeita visualização.

TRANSMISSÃO: Dá-se por intermédio de alimentos ou bebidas contaminadas com fezes contendo cistos do flagelado. Tais cistos são muito resistentes ao meio externo. Vários autores, entre eles Roubard e Root(1921), verificaram a permanência de cistos vivos durante 24 horas no intestino da mosca, capaz, por meio de dejeções, de disseminar o parasita. Tejera em 1925 demonstrou a possibilidade desse parasita ser disseminado pelas fezes de baratas. Samuel B. Pessoa(Brasil), demonstrou que as baratas domésticas, coprófagas, podem se alimentar de fezes humanas e expelir, em suas dejeções cistos viáveis de Giárdia até 7 dias após a alimentação, bem como disseminar cistos por regurgitamento do material ingerido.

EPIDEMIOLOGIA: A Giárdia é um parasita cosmopolita e o mais freqüente dos flagelados parasitas do intestino do homem, de também de algumas espécies animais como cães, cavalos, cabras, coelhos, cobaias e algumas aves.

PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA: Vários patologistas e parasitologistas de renome, como Graig, não admitem o papel patogênico da Giárdia. Culbertson(1942) fala da ocorrência de Giárdias nas fezes de pessoas apresentando dores abdominais bem como da inflamação da vesícula, freqüentemente observada; porém, geralmente, a Giárdia desenvolve-se no intestino em associação com outros agentes patogênicos, tais como Entamoeba histolytica, provavelmente a responsável pela sintomatologia, apresentada nesses casos. Assim, segundo tal autor, a Giárdia não pode ser responsabilizada pela doença. Entretanto, tomando-se por base observações muito cuidadosas, em que foi eliminada a possibilidade de outras espécies patogênicas, sem dúvida alguma a Giardia lamblia, em determinados casos, é agente causal de perturbações para o lado do aparelho digestivo. O próprio Craig descreveu milhares de trofozoítas de Giárdias nas criptas duodenais, inseridas as células por meio de seus discos sugadores, produzindo irritações superficiais ou agravando uma condição inflamatória existente, ocasionando assim, diarréia crônica. Clinicamente a doença apresenta em primeiro lugar, perturbações dolorosas não apenas para o lado intestinal quanto também para o lado do fígado, semelhantes aos de litíase vesicular. Quando de localização duodenal determinam duodenite, com dores na região epigástrica e simultânea perturbação do tipo dispéptico(vômitos). O homem parasitado, queixa-se de azias, náuseas, digestão difícil. As fezes diarreicas, apresentam-se líquidas, ou então moles com a consistência de mingau, muito fétidas, as vezes de coloração esverdeada. É também muito discutida a questão da Giardiose vesicular. Pietro Allodi, relata casos de colescistites por Giárdia, com sintomatologia simuladora de colelitíase, mas com o diagnóstico baseado na presença de Giárdias na bile.

TERAPÊUTICA: Vários produtos tem indicação no tratamento dessa parasitose, sendo os mais eficientes aqueles a base de atebrina, um derivado da acridina, ministrado na forma de comprimidos por cinco dias seguidos. Existem também novos quimioterápicos, igualmente eficientes contra o parasita.

OBSERVAÇÕES FINAIS: É importante que o criador ou mero afeiçoado de cães não se preocupe em demasia com esse tema, quanto outros similares, sob pena de tornar-se doente imaginário, começando por enxergar doenças até em sua própria sombra, o que então será motivo de preocupação, agora não apenas sob o ponto de vista somático como também psicológico. Moderação necessária e bom senso são indispensáveis portanto. No mundo estamos cercados por outros seres, que como nós também necessitam e lutam para viver. Nossa vida deve ser compartilhada com todos, somente não devemos impassivelmente permitir, que outros seres vivos, alguns deles nocivos, ultrapassem os limites dessa co-participação universal.

 (Dr. Carmello Liberato Thadei - Médico veterinário - crmv-sp-0442 )

 

 

 

Tosse de Canis

 

Traqueobronquite infecciosa e uma enfermidade de cães que ataca o sistema respiratório dos animais produzindo crises de tosse deixando os proprietários com a impressão de que estão com algo trancado na garganta.

Trata-se de uma doença que aparece sem avisar não proporcionando ao proprietário indicio nenhum do problema antes dele se instalar. Pode atingir animais de diferentes faixas de idade, tendo como característica episódios de tosse associados a dificuldade respiratória em menor ou maior intensidade.

Os agentes causadores desta doença são:
Adenovirus tipo 2
Parainfluenza vírus
Bordetela bronchiseptica

Os animais mais susceptíveis a Tosse dos Canis são os filhotes recém desmamados, dentre os adultos os debilitados pôr outras doenças, como verminoses, submetidos a STRESS viagens longas confinamentos em clinicas, hotéis, caixas em exposições, alimentações inadequadas, anemias etc...

A doença e altamente transmissível pôr aerossóis (pequenas gotas eliminadas pêlos espirros) e os animais apresentam os primeiros sintomas entre 3 a 10 dias após a infecção podendo persistir com os sintomas 3 a 4 semanas.

A Bordetelose pode atingir 15 espécies animais diferentes dentre elas o próprio homem. Pôr este motivo o controle desta doença é importante para a saúde dos animais proprietários e veterinários.

Fatores ambientais como, produtos de limpeza a base de formol, poeira, alterações bruscas de temperatura também podem predispor os animais a crises de tosse favorecendo a penetração de microorganismos da tosse dos canis.

A irritação das narinas podem facilitar a penetração dos micróbios existentes no chão, na terra e complicar produzindo uma secreção purulenta pelo nariz. Nestes casos se faz necessário a aplicação de antibióticos, principalmente quando estes animais apresentarem falta de apetite, febre, apatia e perda de peso.

Recomenda-se a imunização dos filhotes através do uso de vacinas intranasais a partir de 8 semanas de idade com revacinação anual.

As vacinas injetáveis disponíveis hoje no mercado, alem de não oferecerem proteção contra o Adenovirus tipo 2 sabidamente não apresentam papel importante na proteção das mucosas nasais dos animais.

Além disso necessitam a aplicação de 2 doses com intervalo de 15 dias para que produzam o efeito desejado.

Ultimamente tenho atendido em media 2 casos ao dia em minha clinica isto da uma idéia da dimensão deste problema que vem acontecendo coincidentemente a queda de temperatura.

Quem tem o seu pet de estimação ou tem criação deve se atentar a esta doença que veio para ficar infelizmente, procurando adotar como rotina a vacinação anual de seus animais.

Dr. Antonio Carlos Uhr
Médico Veterinário

 

Doenças Parte III


 

 


Canil Albireo Lyrae´s - West Highland White Terrier

Fone: (15) 3249-2113 ( Canil ) Cel: (11) 99942-5128 Email: marcos@albireo.com.br
Local: Ibiúna a 40km de São Paulo
WEBMAIL


Criação Site Para Canil